6 de agosto de 2012

segunda-feira.

Postado por V, às 15:57
e não é sobre o Discrepância.
nem sobre o Esteban, mas é a única coisa coerente que eu consigo pensar para um título.

ok, tive meu primeiro dia de aula - de novo - e é estranho que as coisas pareçam tão inadequadas. afinal, oi? como assim? e depois que eu estou de um jeito tão lerdo de viver, que acho que deveria dar dó. sei lá, só não consigo ser coerente com a vida. não entro num acordo de pensar, fazer, agradecer e viver. por enquanto somente penso e existo. é uma coisa triste, mas é real.
então, voltamos aos tempo de aulas morais. por que eu não tenho matéria de português, só de moral. é mais ou menos a mulher falando meia hora ininterrupta sobre qualquer coisa. e nesse vai e vêm, ela explicou porque raios a gente usa tanto mim e deixa o eu de lado. mais ou menos isso:
"a gente usa mais o mim do que o eu por puro egoísmo. é tudo meu, pra mim, pra mim, mim. tudo isso é egoísmo e por isso a gente deixa o eu de lado."
nessa hora eu meio que acordei e pensei: não é que a mulher tem razão?
por que pensa. o eu é algo mais coletivo. tipo eu e você, ele e eu. quando falam em "nós" (ok trocadilho ridículo de Tumblr, vá para longe de mim e me deixe escrever em paz), pensamos em "eu e qualquer pessoa", ou no caso "você", se se fosse falado em primeira pessoa, seria "eu". OU SEJA. o "eu" é coletivo. o "mim" é egoísta. e a gente não sabe ser coletivo, então é egoísta demais. tudo pra mim, tudo meu. já que o "mim" nunca é idiota, o "mim" nunca deveria morrer, o "mim" nunca é xingado ou odiado. sempre que a gente se odeia, é tudo pra cima do coitado do "eu". tudo eu. quem nunca reclamou assim, não é? viva as reclamações da mamãe, amigos. mas a gente nunca reclama com "tudo pra mim!", "sempre falam pra mim fazer" (até nessas horas o pessoal viciado é conjugar errado, usa o "eu", já que o "mim" é digno. "eu" que se foda).
foi a coisa mais inteligente que eu já ouvi da boca dela, já que o resto eu sempre trato de esquecer.
e no meio desse devaneio de "mim" e "eu", eu cheguei no trecho de Dostoiévski, que é o seguinte: "do dizer ao fazer vai uma grande distância". putíssima define. afinal, poderia definir melhor? eu não sei posso definir o dia de hoje em raiva, ou em alívio, ou em progresso, ou em só mais uma segunda-feira. mas que diabos de dia arrastado. de dia sem sentido. de dia em que eu poderia pensar em outra coisa senão que as coisas que eu pensei antes vão todas serem... contraditas. meus planos e vontades vão se esvair tão mais rápido quanto eles apareceram. e falo isso porque me conheço. porque sei que uma hora ou outra vai acontecer das coisas simplesmente desfuncionarem... de novo.
espero que seja só mais uma loucura de paranoia minha, mas... nunca se sabe, amis.
e bem, é só mais uma segunda-feira, de tantas outras. mais uma segunda-feira em que eu vou acordar cedo, ver todo aquele monte de gente, voltar pra casa, fazer qualquer coisa pela vida e dormir pra acordar em uma outra terça-feira.
só rotina.

deixei um monte de bilhetes na sua casa. o acaso me deixou tão só. talvez eu ache algo mais forte que faça eu me sentir melhor.
tá, não é mesmo sobre o esteban, mas não posso evitar citar. é segunda-feira, na qual ele lançou a versão de iAdiós! de segunda-feira, sendo que eu já havia atribuído um significado para segundas-feiras no dia 26 de junho. inclusive para a música.
só eu sempre tendendo a fazer merda. mesmo que seja só na minha cabeça.

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