Pois bem. Eu sou uma daquelas pessoas que sempre tenta ocupar o máximo de espaço possível em cubículos, e me sinto na obrigação de não ocupar grande coisa em amplos espaços. Vai entender. É que parece que quanto menor o lugar, mas de mim pode caber. Só eu, minhas coisas, minha cabeça e eu. Em lugares maiores é como se qualquer pessoas pudesse esbarrar nas minhas coisas e eu iria ficar pirada de raiva. Odeio de desarrumem, ou arrumem, que seja, minha bagunça; Mas odeio ver as coisas bagunçadas de verdade.
É como eu sempre digo, não me entendam.
Acho que é o fato de eu ter crescido em uma cidade pequena. Não algo interiorrr paulista, mas algo pequeno. Aqui meus pais conhecem bastante gente, meus irmãos também, e eu sou apenas eu. Assim, já é um milagre de eu falar com as pessoas da minha sala, então não aposto grande coisa em mim para ter mais do que 20 amigos, que eu posso dizer amigos, até a minha maioridade. Que é quando o meu plano idiota de já ter arrumado dinheiro o suficiente para ir pra capital, ou passar em um vestibular grandão e ir parar em um apartamento na Grande São Paulo. Bem essas coisas de gente de cidade pequena, não vê a hora de morar na metrópole.
Mas vejam, eu nunca gostei daqui. É simplesmente uma daquelas cidades que a coisa mais legal para se fazer no domingo ou é ir para a casa dos avós jogar baralho, ou ir para uma praça, ou ir tomar sorvete... Ou sair da cidade. Eu gosto da ultima opção, apesar de nunca conseguir executar ela com frequência. E eu não sou do tipo garota doente por shoppings. Eu só vou no shopping quando quero algum livro, que geralmente eu acho bilhões de vezes mais barato na internet. Mas quando eu não tô afim de esperar 12 dias úteis para poder ler a coisa, eu vou lá e pago mais caro mesmo. E caso houvesse uma livraria considerável no centro da cidade, eu com certeza não pisaria no shopping. Nem pra tomar o milk shake de ovomaltine pelo qual eu sou apaixonada.
Não é pelo fato de ele ser pequeno. Levar só 10 minutos para você andar a coisa toda. É que assim, eu não gosto das pessoas da cidade. Por isso não sou o tipo sociável. Eu sempre acho que as pessoas de outras cidades são mais bonitas. Se vestem melhor. Tem um sotaque mais legal. Ouvem músicas mais legais. As outras cidades são simplesmente mais legais e ponto. Não todas, só a capital. E algumas cidades do Sul. E Campos do Jordão. Lá é frio e tem chocolate. Eu poderia morrer lá, que eu seria alguém mais feliz.
Juntando o começo do texto, com tudo o que eu fui desenvolvendo ao longo, eu acho que gosto de cidades grandes simplesmente por que eu me sentiria bem ocupando meu espacinho miserável. E talvez não me incomodasse com as pessoas esbarrando em mim nem na minha bagunça. Afinal, eu não sou apaixonada por aqui. Sou apaixonada por lá. E paixão pode até ser passageira, mas alguma coisa boa sempre deixa. Eu fico pensando que depois de algum tempo em uma lugar tão grande, eu vou ficar com medo disso tudo, e querer voltar pra essa coisinha menor aqui. Que vou ficar com saudade da lanchonete mais gostosa do mundo, e da maionese que ninguém nunca vai fazer igual. Ficar com saudade das praças, das igrejas do centro, do shopping de 10 minutos, e do cinema que é uma porcaria. Como se eu fosse ficar com saudade, assim, só dos prédios que eu já cansei de ver. Talvez fique com saudade das pessoas... Ou não.
Mas. Por enquanto, eu simplesmente acho que o lanche super bom a maionese que ninguém faz igual já me é enjoativo, e acabo de lembrar que o shopping de 10 minutos vai virar um shopping quase digno, com um andar só para o cinema que não vai mais ser uma porcaria, e até vai dar vontade de ir nele nas quartas-feiras que é quando tem promoção e é mais barato. Ainda acho as pessoas feias, chatas, com péssimo gosto musical e mal vestidas. Até tinham duas livrarias consideráveis no centro, mas eu nunca fui em nenhuma delas. E não faz mal esperar 12 dias até entregarem os livros mais baratos. O importante seria que eu poderia sair daqui, e não mais precisar respirar ar -quase, nem tão- puro por um longo tempo.
Afinal, a Cidade Cinza é mais poética e eu não preciso ocupar tanto espaço.
14 de novembro de 2011
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