hoje é sexta-feita. pré carnaval e só agora eu parei pra pensar nas coisas da semana. por que hoje disseram que precisaríamos fazer um desenho abstrato. e existe melhor pessoa do que eu para fazer algo abstrato? tudo na minha vida é assim: eu vou desenhando, e cada um vê as coisas como quer. às vezes eu vejo de um jeito e todos o resto da vida vê de outro. às vezes eu tento apagar, mas se eu apagar um tracinho, tenho que refazer todo o desenho. e é sempre assim. nenhuma linha nova fica harmoniosa com as que já estão no papel. nenhuma cor fica bonita perto da que já está ali, mas mesmo assim eu vou passando por cima e deixando tudo um pouco melhor.
nada contra as pessoas que sabem desenhar a tinha óleo as suas vidas, eu não consigo nem mesmo fazer uma linha reta com um lápis H sem deixar marcas permanentes na folha. eu não sei ser organizada na hora de criar minhas formas, e ainda reclamo quando crio formas demais. e não sei deixar as coisas com cores bonitas. ou é tudo branco, preto e vermelho, ou é só cinza do lápis que eu simplesmente borrei. e ficam todos muito bonitos aos meus olhos. não simétricos, não harmoniosos, não alinhados, nem nada disso. mas é a minha confusão. e quando em meio a tudo isso eu enxergo algo bonito, alguma coisa que atraia, que as pessoas batam os olhos e digam: você mesma que fez? ficou tão bom. e eu percebo que não é irônico, eu fico feliz. as pessoas acham minha bagunça tão bonita, mas ninguém tenta arrumar. nem entender. nem eu. se foi feita assim, assim deve ser, não é?
só sei que as pessoas precisam de imaginação para ver as coisas como eu. onde as pessoas veem cabanas, eu vejo gnomos. onde eu vejo um mar, as pessoas veem um deserto. onde eu vejo raso, as pessoas veem fundo. onde eu vejo falta de esperanças, as pessoas veem apenas um obstáculo fácil. onde eu vejo fim, as pessoas veem como como um começo. e assim vai indo. talvez um dia todos nós enxerguemos a mesma coisa. ou não. mais provável que não.
17 de fevereiro de 2012
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