Ei, Discrepância. Quanto tempo, não? Sei que fiquei alguns dias sem saber da tua vida, mas foi preciso. Seu amor me lembra minha dor, sua dor aumenta a minha. Sabes que és meu tradutor de sentimentos, o que engasgo aqui, tu escreve perfeitamente igual ao que sinto.
Sei bem como é viver assim. Um sonho lindo quando o céu escurece, e um pesadelo quando a aurora aparece. Sei como é procurar um sentimento em corpos diferentes, pensar que encontrou, mas descobrir que foi só uma decepção.
É sempre ela, não? É sempre a mesma dor, o mesmo motivo. Passo por isso também. Ninguém faz você se sentir igual ela já fez. Ninguém. E de qualquer jeito ela acaba voltando, bagunça sua cabeça e decide que precisa ir embora, não se importa com aquilo que sente, nem mesmo se sente. Finge que nunca tiveram nada, ou faz tudo para se convencer que é melhor esquecer. Acha que o tempo vai curar.
Eu não seria como ela que te deixa partir. Ninguém merece essa dor que está aí dentro. Sei que coloca um sorriso no rosto, e diz pra todos que etá bem. Procura em outros braços e aceita o que quiserem te dar. Mas não é o suficiente. E quando ela aparece te dando migalhas você aceita como se o mundo dependesse daquilo. Mas o seu depende, não é? E a dor não te deixa. Você tenta puxar novos ares, mas esses ares parecem te asfixiar. Acontece, não? Coração de gelo uma hora derrete. Ou se despedaça e nunca mais é o mesmo. Sempre acaba faltando um pedaço. Aquele pedaço que só ela poderia trazer de volta. Mas uma hora cura, não é o que dizem? Tem que curar.
Salvo em mim aquilo que ainda não se drogou com essa piedade tóxica. Espero que salve em ti aquilo que ainda pulsa e te faz acordar todos os dias. Não o sangue parado sob o hematoma, mas o sangue limpo que te mantem vivo.
Não te digo para esquecer, mas deixe de lado. Enquanto tu clama para que ela volte, existe alguém que precisa que tu entre na vida dela. Sempre existiu, mas tu tava ocupado demais procurando outras coisas.
Tenho que ir agora, amigo Discrepância. Antes que meus problemas cheguem. Deixo só o apelo para que um dia consigamos esquecer. Quem sabe um dia, o Destino resolva nos dar a cura. Até lá eu espero mais uma Segunda-Feira.
E Lembra: Tu não me vê, mas eu te curto.
27 de janeiro de 2012
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