Gravando... 07:48
Já é outubro, não é? Quase final dele... E tudo parece tão igual. Não, minto. As coisas estão diferentes. Não lá fora, mas para mim. Aqui dentro, nesse quarto, não percebe?
Um trago no cigarro... 07:52
É que sempre que o final das coisas chegam, eu fico desse jeito meio sem explicação. Não entendo muito bem o que pode acontecer se eu simplesmente colocasse tudo para fora. Talvez ver um apocalipse pessoal, mas as coisas nunca não ser mais as mesmas. Elas nunca foram lá tão normais e eu nunca me senti culpada por isso. Eu nunca quis mudá-las, e acho que elas estão lindas assim. Toda essa bagunça milimetricamente organizada é a coisa mais linda que se pode existir nesse mundo. Não concorda?
Silêncio... 08:15
Eu às vezes preciso de uma pausa longa. Desculpe. Às vezes eu preciso discutir comigo mesma antes de continuar falando. Simplesmente falar lhe parece fácil. Não, simplesmente ouvir para você deve ser fácil. Já que simplesmente não consegue absorver. Nem se quer ao menos escutar de verdade. Isso é um defeito tão ruim, que pode destruir você. Algumas pessoas falam mais do que você pode aguentar, e você deveria ouvi-las. Elas podem lhe fazer bem.
Mas às vezes você precisa ser cego, não é? E simplesmente continuar a construir todo o seu mundo por aí. Desculpa ser eu a dizer, mas uma hora ele vai cair.
Terceiro cigarro... 08:35
Esqueci de me lembrar. Você não se importa. Nunca se importou. Só fica aí assistindo enquanto me destruo. De dentro para fora, você não vê?
Só mais um trago, e eu prometo desaparecer.
Só mais um trago, e eu prometo só reaparecer quando você gritar por mim.
Só prometo reaparecer, quando você perceber que eu sempre te alertei.
Que eu sempre te salvei.
Mais um trago... 08:43
Uma cadeira vazia...
Uma parede branca...
Uma câmera sozinha...
30 de outubro de 2011
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