15 de outubro de 2011
Mas e o amor de verdade?
Creio que muitas pessoas ainda acreditam nessa fantasia que desde os contos de fadas nos fazem sonhar: o amor. O amor verdadeiro. Príncipe e princesa. Pessoas perfeitas, em casamentos perfeitos, com crianças perfeitas e duas cadeiras de balanço na varanda quando a idade avançar. Todo mundo um dia já se imaginou assim, não é? Ou pelo menos queriam que suas histórias acabassem assim.
Mas ninguém nunca disse que essas coisas são quase impossíveis, não é? Hoje em dia é difícil duas pessoas se amarem cara-a-cara. Sim, digo isso por causa dos namoros virtuais, a distâncias. Consigo contar nos dedos todos os que deram certo. E ainda sim as pessoas reclamam que o amor não existe mais. Que todos estão sofrendo e coisas do tipo. Mas o problema de verdade é que ninguém consegue mais dar a cara a tapa, dizer Eu te amo olhando nos olhos, andar de mãos dadas e fazer todo aquele clichê romântico, sabe? Domingo no cinema, abraço debaixo das cobertas num dia de chuva. Essas coisinhas pequenas.
Eu não sei se é só comigo, mas fico me perguntando onde foi parar o "amor de verdade". Não o amor que você vê retratado nos textos vagantes por aí, aquele amor de dói, que alegra com pouco. Mas assim, aquele amor que parece que não existe. Aquela coisa de saber sentir o que o outro está sentindo, como se fosse uma ligação mental, que só aparece nos filmes. Parece loucura o que eu disse, não é? Mas imagina só, você gostar tanto de alguém, e esse alguém gostar tanto de você, que vocês nem mesmo precisem falar para saberem o que o outro quer, ou o que ele está pensando. Imagina existir apenas o ato de sentir. Sentir-se feliz, sentir-se triste, sentir-se confuso, tudo isso quando a outra pessoa também está se sentindo. Pra mim isso é amor de verdade.
Quando dizem pra mim, como no caso dos meus avós paternos, que quando minha avó piorava do câncer, meu avó ficava gripado. Mas mesmo assim ele pegava o trem todos os dias aqui na minha cidade, pra ir até o hospital na capital onde minha avó ficava, até ela melhorar. Todos os dias ele ia lá de manhã e voltava à noite. E quando ela melhorava e voltava pra casa, a gripe do meu avô passava. Isso sim eu sempre achei que fosse amor. E conheço mais outros casos de amor nesse intensidade. O engraçado é que são todos com idosos. Parece que eles conhecem o amor melhor que todos, não é? Amor de idoso sempre foi e sempre vai ser mais bonito do que qualquer coisa no mundo.
E às vezes eu fico me perguntando se um dia eu vou chegar a ter algo assim. Ser tão dependente de alguém, que só o pensamento de passar alguns minutos longe já vão ser torturantes. E saber que a pessoa sente o mesmo. Essa reciprocidade de necessidade, de pensamento, de vida.
Às vezes eu me pergunto se algum dia eu vou conhecer alguém, que eu vou sentir realmente a vontade de me prender a ela. Em todos os sentidos. Físico, mental, sentimental. Me prender a ela e não mais me separar. E que essa pessoa vai sentir o mesmo. Seremos dois presos por vontade, como Camões já dizia. "Amor é estar preso por vontade", e não esse clichê todo que as pessoas nos vendem hoje em dia. O amor de 24 horas, hoje eu te amo, amanhã eu já não o faço mais, e você vai sofrer, ou dizer que vai sofrer.
Mas e o amor de verdade para você? O que seria isso?
Na verdade, eu acho que fiquei louca. Ou que minha mente de vidas passadas ainda me acompanha e ela ficou presa em algum momento entre os anos 20 e 60, que faz com que eu não consiga me adaptar aos conceitos de vida comum de hoje em dia. Eu ainda acredito que o amor "como antigamente" ainda possa existir em algum coração singular, que só vai deixar de ser singular quando encontrar o meu. Esses pensamentos egoístas que existem por aí.
Mas quem sabe algum dia alguém não me responde o que aconteceu com o amor de verdade.
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