19 de outubro de 2011
Eu e "ele"...
Quando eu escrevo algo para "ele", não significa, exatamente, que exista um "ele" específico. Quase tudo o que eu escrevo nesse meu status-quo é mais ou menos uma prece disfarçada de sentimento real para que alguém acidentalmente corresponda o sentimento que não existe. Ainda. Como quando a gente reza baixinho antes de dormir, só que eu gosto de expor minhas "orações" por aí.
Muitas pessoas acham que se é necessário amor para poder por aquelas lindas palavras para fora, mas a maioria dos grandes escritores tinham tantos amores ao mesmo tempo que acabavam não amando ninguém no final das contas. E pode-se ver, o textos mais marcantes são aqueles que falam da falta, e não aqueles que falam da presença. A saudade sempre foi mais bonita, mais concreta, mais real. Quando o amor bate a nossa porta, a gente fica tão... admirado com ele, que acaba esquecendo de verificar se ele é mesmo de verdade... Às vezes ele é só coisa da nossa cabeça. Tipo aquelas coisas que não existem, mas na cabeça da gente a gente consegue pegar na mão, segurar, apertar. Como se aquilo fosse de verdade.
Meu "ele" é assim. "Ele" pode ter vários rostos, cara dia "ele" parece com alguma pessoa. "Ele" não existe, mas lá, bem fundo dos meus mais remotos pensamentos, "ele" é real e eu posso tê-lo o quanto eu quiser, do modo que eu quiser. Mas é só até aparecer um "ele" que seja realmente adequado. Até lá todos os eles que aparecerem, eu vou moldando até, na minha cabeça, eles terem a forma dessa pessoa que não existe, mas é real.
Agora sim, parece que eu andei ficando louca, mas acredito que muitas pessoas já se sentiram assim. Pode não ser com uma pessoa. Um objeto, quem sabe. Um lugar, um sentimento. Todo mundo já pensou que tinha alguma coisa, mas na verdade era só imaginação. Mas a imaginação era tão boa, que parecia ser real.
Então a gente fica assim, sem saber direito se acordou mesmo do sonho.
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