18 de outubro de 2011
A: Se você soubesse como dói…
E: O que dói?
A: Dói tudo! Sinto dores no coração, na cabeça, nas pernas, no estômago, nos braços, nos olhos… Até respirar costumar doer!
E: Nossa, deve ser dificil. Mas como tudo pode doer ao mesmo tempo?
A: Ah, quando você se sente sozinho, é fácil as coisas doerem. A cabeça dói por imaginar demais, pensar demais, às vezes sinto como se meu cérebro fosse explodir em mil pedacinhos. Os olhos doem por sonharem demais. Às vezes eles querem chorar, mas nunca conseguem, isso faz eles doerem mais ainda. As pernas doem por caminhar demais nessa estrada, às vezes elas encontram alguns buracos e saem machucadas, mas mesmo assim nunca param de andar… Nem de doer. Os braços doem por ficarem estendidos demais, esperando um abraço que nunca chega, mas ele nunca se encolhem.
(Silêncio)
E: E o resto? Por que o resto dói?
A: Os pulmões parecem doer por nunca terem o ar que precisam. Aquele ar que só aquela pessoa poderia fazer você respirar… Bem, isso você não deve entender. E o estômago dói por ficar abaixo do coração e do cérebro. O coitado parece ter de engolir tudo… Digerir é o pior. Imagine digerir borboletas mal educadas, palavras, confusões, sonhos, vontade e batimentos cardíacos.
E: Deve doer muito… Mas, e o coração?
A: Ah, esse já dói por simplesmente bater, bate tão triste. O meu às vezes dói por não ter achado outro coração para fazê-lo bater feliz.
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