31 de janeiro de 2012

Postado por V, às 21:19 0 comentários
pára a vida. escrevi textinho meloso pensando na pessoa e achando que ela vai ler e entender.
cês entenderam quando eu disse que 2012 tava cagaço? então, não tenho mais esperanças de que melhore.
melhor que parar de ouvir Cemitério das Boas Intenções e Esteban, por que né, com celular na minha frente, crédito e número do ser tão disponível assim... dá merda.

2012, 1º K e eu.

Postado por V, às 20:06 0 comentários
É a vida. A vida que não curte meu lifestyle. É a vida que não deixa eu conhecer pessoas que sejam interessantes e como eu e que morem na mesma cidade que eu. É a vida que não quer que eu tenha um bom ano letivo. É a vida...
Eu acho que eu tenho algum distúrbio psicológico de nunca me contentar com nada. Nunca. Eu nunca acho que as coisas estão boas o bastante e adoro colocar defeito. Ainda mais em coisas que eu faço. E em pessoas. Sempre, em todo o ser vivo desse mundo, vai ter algo nele que me irrite. É impossível de eu achar alguém, que eu conheça e conviva, legal, sem falhas muito perceptíveis e aturável. Não existe. Acho que nunca vai existir esse tipo de gente, e se existe eu só vou conhecer do outro lado da vida, por que o destino enquanto eu estiver viva, respirando e sendo real para todos, não vai deixar eu conhecer alguém assim.
2012 começou um completo cagaço pra mim. Só pra deixar claro. Todo ano começa cagaço pra mim. Mas de qualquer forma eu sempre tenho o pensamento idiota de que as coisas vão dar certo. Em algum ponto dessa minha vida de tristezas e pagação de pecados que eu nunca vou cometer ou que eu cometi em vidas passadas e morri muito cedo pra pagar todos eles e foram se acumulando por... várias vidas, eu sempre acho que as coisas vão dar certo. Por que sou besta né. Coisas darem certo? Só sonhando morecos. Nem sonhando, por que eu prefiro ter pesadelos. Vai, entender, o ser humano que vos escreve. Não tentem, é difícil.
Enfim. 2012 começou cagaço, continuou cagaço e pelo visto não mudará.
Mudei de escola, caso vocês não saibam. Mas não mudei de turma. Não vou explicar isso por que é um saco. Ou seja: Pessoas que eu odiei durante 2011 e 2010 vão continuar sendo odiadas por mim em 2012 por que algum santo troller quis assim. Me lembrem de agradecer a Deus por todas as pessoas espetaculares que ele colocou na minha vida logo às 7 da manhã. Se é que aquilo são... Pessoas. Pra mim são servidores do demônio vindos direto do inferno para me lembrar que eu não sou uma boa pessoa como deveria ser.
E é assim que as coisas sempre funcionaram na minha vida: Eu sempre achei que poderia melhorar. Não ser tão ruim quanto parece. Sempre tive a impressão de que as coisas dariam certo, desde que eu acreditasse que dariam. Eu sempre quis que pelo menos as coisas fossem menos como elas são realmente e mais como elas são na minha cabeça. Mas tudo bem, não é.
Ano novo, vida velha, pessoas velhas, e velhas frustrações. Talvez eu possa simplesmente ignorar as pessoas que eu odeio (lá vou eu pensar em coisas que eu nunca conseguirei na vida, por que se existe algo em que minha atenção se prende... É em quando eu não gosto de algo). Eu sempre me distraio com pequenos detalhes, e pessoas pequenas fazem coisas pequenas, então ao invés de decorar a fórmula do quadro, eu fico olhando ao redor da sala pra perceber o que as pessoas estão fazendo. E nunca é algo... Bom. Outra capacidade especial que eu tenho: Ouço conversa das pessoas e mesmo não estando parecendo, fico ouvindo a conversa até achar algo mais legal para se fazer.
E eu não quero passar outro ano com fones de ouvido e a cara enfiada em algum livro. Primeiro ano e tal, acho que tá na hora de ser mais sociável com pessoas... Como eu. Se é que esse tipo de gente existe.

Mas, deixando toda a mágoa e o ódio e Tate Langdon prepared for the noble war com Twisted Nerve para trás... As coisas vão melhorar. As coisas serão boas. Pessoas melhores aparecerão. E eu vou conhecer elas... (sabe aquela história de que se repetir muito algo vira realidade? Vou tentar descobrir se é verdade).

27 de janeiro de 2012

Coração de gelo uma hora derrete

Postado por V, às 18:40 0 comentários
Ei, Discrepância. Quanto tempo, não? Sei que fiquei alguns dias sem saber da tua vida, mas foi preciso. Seu amor me lembra minha dor, sua dor aumenta a minha. Sabes que és meu tradutor de sentimentos, o que engasgo aqui, tu escreve perfeitamente igual ao que sinto.
Sei bem como é viver assim. Um sonho lindo quando o céu escurece, e um pesadelo quando a aurora aparece. Sei como é procurar um sentimento em corpos diferentes, pensar que encontrou, mas descobrir que foi só uma decepção.
É sempre ela, não? É sempre a mesma dor, o mesmo motivo. Passo por isso também. Ninguém faz você se sentir igual ela já fez. Ninguém. E de qualquer jeito ela acaba voltando, bagunça sua cabeça e decide que precisa ir embora, não se importa com aquilo que sente, nem mesmo se sente. Finge que nunca tiveram nada, ou faz tudo para se convencer que é melhor esquecer. Acha que o tempo vai curar.
Eu não seria como ela que te deixa partir. Ninguém merece essa dor que está aí dentro. Sei que coloca um sorriso no rosto, e diz pra todos que etá bem. Procura em outros braços e aceita o que quiserem te dar. Mas não é o suficiente. E quando ela aparece te dando migalhas você aceita como se o mundo dependesse daquilo. Mas o seu depende, não é? E a dor não te deixa. Você tenta puxar novos ares, mas esses ares parecem te asfixiar. Acontece, não? Coração de gelo uma hora derrete. Ou se despedaça e nunca mais é o mesmo. Sempre acaba faltando um pedaço. Aquele pedaço que só ela poderia trazer de volta. Mas uma hora cura, não é o que dizem? Tem que curar.
Salvo em mim aquilo que ainda não se drogou com essa piedade tóxica. Espero que salve em ti aquilo que ainda pulsa e te faz acordar todos os dias. Não o sangue parado sob o hematoma, mas o sangue limpo que te mantem vivo.
Não te digo para esquecer, mas deixe de lado. Enquanto tu clama para que ela volte, existe alguém que precisa que tu entre na vida dela. Sempre existiu, mas tu tava ocupado demais procurando outras coisas.
Tenho que ir agora, amigo Discrepância. Antes que meus problemas cheguem. Deixo só o apelo para que um dia consigamos esquecer. Quem sabe um dia, o Destino resolva nos dar a cura. Até lá eu espero mais uma Segunda-Feira.


E Lembra: Tu não me vê, mas eu te curto.
Postado por V, às 18:30 0 comentários
Olha, já não é a primeira vez que eu penso nisso. Acho que não está dando certo. Algumas coisas não batem, os pensamentos são diferentes, as necessidades continuam sendo necessidades e os olhares de fora sempre são mais interessantes. Sei que essa não é a atitude certa, sei que eu tô errada. Errada pra caralho, por que durante esse tempo todo eu só usei, usei, usei e nunca dei nada em troca. E isso é errado. Errado pra cacete, mas eu não consigo parar. Alguma coisa sempre entala as palavras na minha garganta e tudo fica mais bonito na minha cabeça. Vou acumulando, esperando, observando, e nada de perceberem. As coisas não dão certo. Nada dá certo. Nada parece estar no lugar certo. Todos dizem que somos lindos, engraçados. Mais nos batemos do que ficamos juntos. Mas ficamos, não é? E quando ficamos é bom. Deve ser pra você. Não sei. Mas não sei se é o certo. Minha mãe diz que eu mereço coisa melhor. Minhas amigas dizem que eu mereço coisa melhor. Até eu acho que mereço coisa melhor. Tá, desculpa. Mereço algo mais que você ainda não descobriu como me dar. E é foda, sabia? Você passar todos os dias esperando uma surpresa e ser a mesma coisa de sempre. Mentira, tem surpresas. Mas são ruins. Quero algo bom. Pra mim. Que eu me sinta especial com isso. Que eu me sinta bem com isso. Mas parece que tá bom assim pra você. Ter essa minha pouca metade estando com você todos os dias. Parece que você se contenta com aquele mínimo que eu te dou. Mentira, você não se contenta, mas não arrisca em pegar mais. Não arrisca porra nenhuma e fim. Não vai além. Faz o de sempre e chega. Caralho. Caralho, você não vê que não é o suficiente? Faz alguma coisa nova. Me surpreende. Cresce, quem sabe. Digo, mentalmente, na altura você já tá grande demais. Mas às vezes parece uma criança. É ridículo. É. Tá, desculpa, eu não deveria ter dito isso. Só não pergunta por que eu escrevi isso. Já tô cansada de ter sempre os mesmo pensamentos e nunca conseguir dizer. Eu nunca digo nada, né? Você já percebeu. Você também não. Se tá bom, tá bom. Se tá ruim, a gente finge que tá tudo bem. Porra. Mas vai lá, fica com elas e me deixa aqui. Quando você voltar eu falo tudo isso na sua cara. E é pra você ficar quieto, por que se você começar a falar eu vou me estressar e paro de dizer isso tudo. Mas então, deixa assim mesmo. Enquanto a coragem não aparecer, finge que você nunca leu isso, e eu nunca pensei nesse assunto. Finge que tá tudo bem, como a gente sempre fez. Manter as aparências. Tá, esquece tudo o que eu escrevi. Eu só não digo por saber que vou me arrepender depois. Mas foda-se. Esquece. Esquece igual tudo o que eu já te disse e já te escrevi. Esquece a aliança em casa e acha alguém melhor. Termina comigo você, quem sabe. Ou me faz mudar de idéia. Sei lá, faz alguma coisa. Comigo. Ou simplesmente pensa que isso foi tudo um sonho e que eu vou acordar do seu lado na manhã seguinte. Esquece, então. É melhor. Só precisava por isso pra fora. Desculpa se falei merda demais, eu só penso em merdas demais. Ignora. Ei, não fica bravo, eu ainda gosto de você. É, eu gosto. Enfim, eu nunca te disse nada disso e vem me ver logo. Tô te esperando.

26 de janeiro de 2012

Libertando o Tate Langdon que existe em mim.

Postado por V, às 20:29 0 comentários
Fãs de AHS sentiriam medo.
Acho válido qualquer um sentir medo.
Acho que esse meu lado destruidor de felicidades alheias está ficando cada vez maior. Mas não tô afim da SWAT vindo bater na porta da minha casa.
Tudo isso veio a tona quando eu percebi uma coisa: Eu vou pra escola onde todas as pessoas nojentas e chatas e insuportáveis da minha antiga também vão. LINDO, quase chorei. De ódio, claro. Eu tenho esse lindo e querido instinto a odiar toda e qualquer pessoa que eu conviva por mais de um ano. São raríssimas as exceções de pessoas que eu vejo a cara quase todos os dias e ainda gosto da pessoa. De resto eu libero meu lado Tate. Mentira, o Tate é legal com as pessoas. Só libero o lado Tate quando pensamentos psicopáticos atingem minha mente. De resto sou meio Violet sem a parte do suicídio.
Sim, sim. Eu ainda odeio todo o romance de AHS, mas os personagens são bons com meu ódio por eles ou não. Na verdade meu ódio são meus fãs do romance, então tudo bem eu ficar aqui divagando sobre o quanto de Violate (PELAS PERSONALIDADES, OK) existe em mim.
Eu não suporto metade das pessoas que vou conhecer lá, e não importa que a escola tenha 40 classes, só de saber que eu corro o risco de cair na mesma classe que as pessoas que eu menos suporto nessa vida já me dá vontade de sair gritando pela rua.
Se bem que reza a lenda que existem boas pessoas por lá. Não boas pessoas (se eu vou pra um lugar desses, com pessoas que eu odeio, impossível de ter gente REALMENTE boa lá, risos), mas pessoas aturáveis com o mesmo gosto sombrio como o meu. Tenho dom de nunca achar gente assim, e quando acho mora do outro lado do mundo ou quase.
Enfim, a unica certeza dessa vida é que na segunda eu fico sabendo que eu me preparo ou não nas maquiagens de zombie girl e arrumo uma daquelas caixinhas que os funkeiros usam pra atormentar as pessoas e saio pelos corredores da escola ao som de Twisted Nerve, à lá cena do Pilot de American Horror Story.
Rezem pelas almas que eu ei de atormentar em 2012. Afinal, é o ano da profecia (sim, claro, sempre é). Eu tenho que fazer alguma coisa que seja bom. Pra mim.

25 de janeiro de 2012

Postado por V, às 20:24 0 comentários
tô vendo tanta gente se perdendo por aí. ou sou eu que ando na linha reta demais. se bem que às vezes algumas coisas saem do controle. se bem que às vezes eu me perco também. mas acho que já tem gente que nem lembra mais onde é que fica a estrada. eu pelo menos tento seguir o caminho. só queria que não me pedissem conselho quando tropeçassem em um poço por aí.
tem gente se perdendo e eu só espero que eu nunca me perca como eles.

22 de janeiro de 2012

Sobre os azuis (de verdade)

Postado por V, às 18:03 0 comentários
Sei que eu disse que ainda não estava preparada para escrever algo assim, tão recente, mas quem sabe se eu compartilhar com alguém isso tudo não vai embora, não é?
Venho que distraindo com pequenas coisas e espero que um dia eu esqueça, de repente assim, toda essa loucura que eu mesma procurei pra mim. É estranho quando digo algo sobre isso, parece tão insignificante, ou até mesmo tão infantil. Talvez sempre esteve na minha frente e eu nunca percebi. Não sei.
Lembro que era agosto e que eram azuis. Queria-os, mas não de verdade. Eram simplesmente por diversão,. mas acabei pedindo do mesmo modo, e não foram aqueles os que recebi. Vieram outros azuis, cada qual com um significado, mas sempre azuis. Verdes são significam nada, nem mesmo os pretos. Às vezes podem ser mais intensos, mas nunca tão importantes como os azuis.
Até hoje tento entender o que aconteceu. Talvez fosse algo que já estivesse escrito em alguma página da minha vida, e eu nunca dei muita importância, até que eu percebi que as coisas não seriam mais tão fáceis assim. Não seria tão fácil deixar para trás, esquecer. E até hoje acho difícil passar do lado de alguns azuis e não sentir que ainda existe um sentimento inacabado. Talvez eu só devesse cortar tudo pela raiz e não deixar ponta algo sobrando. São de pontas soltas que laços se reatam. Talvez eu não queria mais isso.
Estranho quando a gente quer tanto uma coisa, e quando só tem coisas derivadas daquilo, percebe que não quer mais. Incrível a capacidade humana que simplesmente usar e enjoar. Não que seja meu caso, mas eu não quero mais me iludir por coisas tão claras. Que talvez nunca devessem ser minhas. Ou que talvez até devessem. Não sou que decido, não é? Eu apenas escrevo coisas banais e arco com as consequências.
Seria irônico se eu os procurasse, mas não. Eles aparecem. Sabe aquelas situações engraçadas de quando a gente gosta tanto de uma coisa, que essa coisa aparece em todos os lugares? Você vê suas coisas preferidas em qualquer lugar, e acha que isso significa algo. Às vezes é só sua mente projetando essas ilusões, e eu queria que fosse assim com os azuis, mas não. São sempre os que mais importam, e os que mais fazem falta. Não sei se eu iria encontrá-los se eu os quisesse tanto, não sei iria conseguir substituir um azul por outro. Não sei quando foi que eu percebi que isso fazia parte de mim.

Mas eles estão sempre lá. Nas músicas, nos filmes, nos textos que eu leio. Tento ignorá-los, mas sempre aparecem na minha frente como bons amigos, dando conselhos e querendo me fazer rir. Querem me fazer bem! Aquilo que mais te persegue e te assombra tenta te fazer bem. Já ouviu história parecida? É tanta ironia que eu já nem sei mais se é real ou se eu apenas sonho com isso. Mas, veja bem, a confusão que eu sempre senti não é de mentira.
Irônico também são todas as coisas que eu prefiro são azuis. Tem uma casa no centro da minha cidade que é velha e azul. Acho ela a casa mais linda da cidade toda, e sempre disse que, quando eu tiver dinheiro e for mais velha, se a casa ainda existir e estiver a venda, vou comprá-la. Retocar o lindo azul bebê da casa, e vou amar viver em uma casa que o assoalho é de madeira bem velha e que ranja. Meu sonho.
E tem modelos de celulares, sapatos, roupas. Até uma das minhas cores preferidas de esmalte é azul. Mas nem sempre os tenho.


Os azuis, os importantes azuis que nunca me pertenceram, não estão mais aqui. Acho que nunca estiveram. Tudo coisa da minha cabeça... Mas acabo, sem procurar, os achando. Sem querer, pra ser franca. Sempre caio, sempre imagino. Azul, te acho em algum verde ou cinza. Em alguns tons azuis continuo caminhando. Apesar de não saber apreciar um lindo céu aberto, nem um mar limpo, vou os encontrando em todos os lugares, pessoas e desejos. Nunca roxos, amarelos ou vermelhos. Talvez me perca em alguns verdes, mas, para mim, serão sempre azuis.

(a parte linkada não é minha, não achei outra forma de dar os créditos, desculpem.)

16 de janeiro de 2012

Sobre os sebos, e as bibliotecas, e as páginas, e as pessoas e as letras.

Postado por V, às 18:26 0 comentários
Não sou uma pessoa que frequenta bibliotecas e sebos, não me simpatizo muito com livros antigos. Na verdade, nunca fui em uma biblioteca, talvez por medo de querer morar em uma delas e roubar o emprego da bibliotecária só para ter a desculpa para ficar enfiada nas prateleiras de livros, com o cheiro daquelas páginas mais velha do que eu, e tentando decifrar as lombadas já apagadas do tempo.
Eu sou muito apegada a livros. Acho que a qualquer um que eu já tenha posto a mão e lembre o título, ou a capa. Não sei quando foi que eu descobri que livros eram mesmo tudo o que me importa nessa vida, mas foi cedo. Me lembro que na pré-escola, as "tias" faziam as crianças do Jardim II levarem livrinhos na sexta-feira para devolver na segunda. Elas sabiam que as crianças liam os livros por que, se não me falha a memória, ela perguntavam o que acontecia na história. E lembro que eu queria muito ler "Maria-Vai-Com-As-Outras". Mas eu nunca conseguia chegar na caixinha antes das outras crianças, então demorei bastante tempo para ler esse livro. Os outros não me lembro o título ou a história, mas esse lembro até das leigas ilustrações. Acho que foi aí que minha relação com os livros começou. Mas era coisa de pré-escola. Eu tinha 5 anos, e achava de um livros de 30 páginas era uma bíblia.
Com ou oito sete anos, eu tive uma cunhada e ela sempre me falava de alguns livros. Ela me trouxe dois, "Minha Primeira Paixão", que é um dos meus livros preferidos até hoje, mas nunca achei para vender e "O Diabo se Diverte" (não é brincadeira quando eu digo que tenho gosto pelo outro lado desde criança, nunca fui normal nesses aspectos), que até hoje eu não concluí a leitura, pois na época minha mãe achava um absurdo uma criança de 7 ou 8 anos e algo sobre o Diabo. Minha irmã achava ótimo, eu estava lendo, afinal, e era um livro que as escolas mesmas distribuíam. Mas nunca o achei de novo.
E foi bem nessa época em que eu escrevi meus primeiros contos. Coisinhas bobinhas para a escola, mas minha professora achava super pra frentex. Da primeira a quarta série eu costumava ser a aluna escritora da escola. Lembro de um livrinho que as professoras fizeram no final da primeira série e a ordem dos contos seria por notas. O meu era o primeiro. Foi aí que eu descobri que gostava de escrever. Pensem, uma criança de sete anos já sonhando que iria escrever livros. Era eu. Na terceira série eu comecei a escrever poesias. Coisinhas bobas, mas eu achava que era bom. Minha professora achava que era bom. Perdi todas ao longo dos anos, mas adorava escrever elas. Gostaria de poder reler algumas. Na quarta série tínhamos que fazer uma poesia sobre o dia das mães. Eu fiz a minha como quem só quer entregar a tarefa. Acabou que eu tive que ler a coisa em frente a todas as mães que foram para a apresentação do dia. Esse foi a primeiro dia em que eu expus minha escrita para mais do que duas pessoas. Eu tinha 10 anos e já me preocupava se as pessoas iriam gostar ou não.
Na quinta série eu era uma idiota. Mas pelo menos tinha uma professora de leitura que incentivava as crianças a ler. Mas eu achava isso tão chato, que não me preocupava. Na sexta eu passei a odiar a ideia de dividir a classe com as pseudo-levianas  de 12 anos que adoravam sair por ai dizendo que já era parcialmente desvirginadas. E essa mesma professora um dia pediu para que escrevêssemos sobre o que achávamos da escola, dos alunos. Eu fui curta e grossa no assunto: "os professores são uns coitados, que tentam colocar alguma coisa na cabeça desses seres humanos que deveriam formar o país do futuro, mas estão mais qualificados para formarem a cadeia de hoje, já que é difícil sobreviverem até amanhã", ou coisa assim. Isso com 12 anos. A professora adorou meu textos e minhas críticas. E foi bem perto da reunião de pais do meio do ano, onde todo professor já não aguenta mais nenhum aluno. Ela me pediu permissão para expor o texto para os pais de todas as classes que comparecessem na reunião, já que os professores tinham adorado. Foi também, nesse ano, em que li A Saga Crepúsculo, e lembrei que amo vampiros. Li também "A Cabana", livro do qual não surtiu o efeito que surte em muitas pessoas e "Chuva de Novembro", um dos raros 3 livros nacionais dos quais eu adoraria ter na estante. Foi aí também, que começou minha história de amor pelo Dan Brown e as aventuras de Langodon, e quando eu descobri que gostava de história européia.
Foi graças a essa professora que ninguém gostava, nem mesmo eu, por que eu achava bem chato ficar na micro biblioteca lendo contos de fadas, que eu conheci os Irmãos Grimm. Eu mal sabiam que eles eram até essa época, e achava que os contos de fadas, dos quais eu nunca assisti, eram obra a Disney. E quando eu digo que cultura está em todos lugar, e são as pessoas que renunciam à ela, não é brincadeira.
Na sétima série escrevi meu primeiro conto psicológico, do qual ninguém nunca leu, é quase perturbador dizer que foi escrito por uma garota, ainda mais de 13 anos. E comecei meu pseudo-livro do qual até hoje não terminei. E quando bati a invejável (por mim, claro) meta de 37 livros lidos. Jamais conseguirei o feitio novamente. Foi assim que eu comecei a sair do mundo real e comecei a visitar novas histórias, novos sentimentos, novos mundos apenas com as palavras. Tanto as minhas, quanto as de outras pessoas.
Mas, falando de algo atual, hoje eu entrei no meu primeiro sebo. Conhecia alguns só pelas vitrines, de livros que eu já havia lido e não me interessava em ler novamente. Mas esse me chamou atenção pela linda capa de "A Mão Esquerda de Deus", descobri recentemente um fascínio por essa obra. Pedi para minha mãe que passássemos nesse sebo, pois eu queria saber se poderia desenterrar uma caixa enorme de livros que eu tenho no guarda-roupas e trocar por livros novos, dos quais quero muito mesmo ler. Acabei somente olhando algumas lombadas, em busca de algo que me interessasse, e encontrei títulos que há muito queria ter lido, mas meu pai achou que era caro demais gastar noventa reais em uma coleção de livros.
Minha mãe disse uma só frase, que fez com que eu me sentisse ainda melhor naquele lugar: "Esse lugar tem amiguinhos". "Amiguinhos" é a definição para "espíritos" que usamos aqui em casa. Minha mãe é sensitiva, e vocês devem me achar maluca por me sentir bem em um lugar com "amiguinhos". Mas são amiguinhos como eu. Que estão presos à algumas páginas de um livro qualquer. Existe um pouco da vida terrena desses amiguinhos em algumas lombadas e em alguns trechos, dos quais eles conseguiam se encontrar e se entender enquanto estavam com os livros abertos. Isso me levou direto para o enredo de "A Sombra do Vento" e "O Jogo do Anjo", um dos quais estava, ironicamente, exposto no balcão-vitrine do local. Me lembro vagamente de algum devaneio do personagem Sempere em que ele filosofa (desculpe, não acho palavra melhor) sobre como as almas das pessoas apaixonadas pelas histórias ficam presas nos livros quando elas morrem. Vai de pessoa para pessoa acreditar em algo assim. Eu acredito que em todos os livros de bibliotecas e sebos, exista uma pequena parte não somente de quem leu, mas também de quem escreveu. Tentei imaginar o tanto de amiguinhos que não existem nas biblioteca pelo mundo a fora.
"Um escritor não morre quando o coração pára. Um escritor morre somente quando seu último romance é fechado esquecido em alguma prateleira de alguma biblioteca. Antes desse dia, ele continua vivo em suas páginas" é mais ou menos a mensagem que o trecho do livro quer nos passar.
Deixando essa parte desagradável para alguns de lado, me senti estranhamente "em casa" dentro daquele sebo. Mesmo achando apenas dois ou três títulos dos quais eu leria, sinto que voltarei naquele lugar somente para buscar a razão pela qual entrei ali e mais um livrinho ou dois ridiculamente barato. E não com a minha mãe, não quero que ela se perturbe com pessoas como eu, que nunca se desprendem das letras.

Demorei bem mais do que pretendia escrevendo isso, falei bem mais do que esperava falar, mas é somente para que as pessoas entendam um pouco mais essa minha fascinação pelas letras.

14 de janeiro de 2012

Postado por V, às 23:28 0 comentários
Bem, eu devo encarar a realidade. Uma hora todo mundo tem que fazer isso. Por mais que eu não queria, eu realmente nasci pra ser sozinha. Eu vivo muito melhor assim, obrigada. Isso quer dizer que eu prefiro fazer uma parceria solitária, eu, eu mesma e comigo. Isso é normal. Nunca vai existir ninguém para desapontar, nunca vai existir ninguém para me desapontar. Ninguém nunca vai se machucar. É a combinação perfeita. As pessoas sempre acham que precisam de outro par de pernas, braços, olhos e um sorriso perfeito para viver. Eu também quero, todo mundo quer. Querer não é precisar. Eu não preciso. Sobrevivi sozinha até aqui, posso morrer assim. Existem horas que é bom um abraço, que é bom alguém para nos confortar… Mas é melhor passar por tudo sozinha. Eu acho que é. Pessoas são complicadas. Bagunçam mentes, estômagos, palavras. Pra que eu vou querer alguém que vai bagunçar meu maior bem? Minhas palavras? Ficar sozinha dói. Dói demais, às vezes. Mas não dói tanto quanto um coração partido. Isso sim dói. Dói tanto que tudo em você dói. Respirar dói, andar dói, deitar dói, chorar dói, pensar dói, escrever dói. Qualquer mísero ato, dói. Mas quem seria eu sem a dor? Graças à algumas coisas, talvez graças à todas as dores físicas e mentais que eu já senti, sou imune ao resto de dores. Não que não doa mais, dói menos. E pra que falar de dor? Mas ainda sim não posso falar de felicidade. Isso é uma coisa que eu ainda não encontrei. Talvez eu encontre quando decidir viver com o buraco que eu sinto no lugar do coração, outra coisa que me incomoda. Não sei onde eu arrumei isso, mas está aqui. E vai continuar aqui. Eu não quero ninguém pra tapar ele por alguns dias, semanas, meses e depois abri-lo de novo como se não fosse nada. Outra coisa: Quando dói em você, não dói em outra pessoa. Mas chega de falar de dor, de solidão, de pessoas e de como elas são desprezíveis, até as mais amáveis. A realidade é que todo mundo pode muito bem viver sozinho. Só que existe uma coisa torturadora e idiota que todo mundo diz ter, que faz com que as pessoas pensem que uma vida à dois é melhor do que a vida sozinho. “Amor”. O que é essa porcaria de “amor”? Pra mim é só mais uma palavra que não tem mais significado. Todo mundo diz que o “amor” é uma coisa que traz paz, que te deixa feliz, que faz milagres e que poderia mudar o mundo. Pra mim… Bom, ninguém nunca foi digno de devolver o significado pra isso, então, alguém me faz o favor de arrumar um “amor” sem defeitos. Por que todos os que eu achei pela vida estavam quebrados.

12 de janeiro de 2012

Sobre o azul.

Postado por V, às 18:30 0 comentários
...
Eu pensei em falar algo sobre isso, mas percebi que ainda está tudo meio preso aqui dentro. Não sei se algum dia vou conseguir falar, mas vou tentar. E eu não tenho mais nada sobre o que falar, esperava que as palavras simplesmente fluíssem, mas pelo visto não.

10 de janeiro de 2012

15 velinhas, chuva, unhas vermelhas, regata, all star e jaqueta.

Postado por V, às 13:36 0 comentários
Acho que é mais ou menos assim que eu posso me descrever. Simples, quase apagada aos olhos das pessoas, mas quem se importa? Nunca me incomodou viver assim. Eu acho. E acho que isso nunca incomodou outras pessoas. Tão simples.
Bem, acho que não é nenhuma novidade a chuva, as unhas, o tênis e a jaqueta. Janeiro está sempre chovendo, e eu meio que sempre me sinto bem enquanto chove. Pelo menos não fica tudo tão silencioso, e pelo menos posso ficar no sofá o tempo que eu quiser. Não é novidade que chove nos meus aniversários. Acho que pelo menos nos últimos 5 anos foi assim. Nada muito fora do normal.
Pois bem, agirei como se hoje fosse só mais um dia. Como sempre agi. Como sempre foi. Não sei por que as pessoas geralmente ficam tão animadas. É só mais um dia, não? Sempre foi.
Sim, eu tenho sérios problemas com datas comemorativas. Sempre me lembro delas, mas nunca gostei de comemorá-las. Algum problema se eu não quiser uma super festa de 15 anos e pouco ligar para o fato de serem... 15 anos? Pois bem, se tiver algum problema, irá existir eternamente.
É só mais um dia de chuva, que eu tenho que ir ao curso e depois voltar para casa e ouvir gente reclamando da vida. Depois eu venho aqui reclamar dela também.


8 de janeiro de 2012

A ex. Stalker.

Postado por V, às 18:32 0 comentários
Olha que programão de domingo que eu acho aqui.
Vejo stalker profissional stalkeando a vida de ex namorado Nível Mestre dos Magos. Acontece que em um belo dia eu conheci um ser humano do muito desgraçado. Se bem que na época eu nem achava que iria realmente gostar dele, mas taí a prova de que a gente nunca sabe do futuro. E esse ser humano, sendo homem, disse que estava solteiro e eu bem trouxa acreditando. Mas né, geralmente a maioria dos homens são sempre mentirosos, dá pra contar nos dedos os que eu conheço que se salvam.
~~insira longa história aqui~~
E depois de uns meses eu desencantei. Mas com o desencanto veio uma coisa meio trágica: A ex.

Aquela ex que eu tinha raiva de quando saia e via ele, e ela tava junto com ele. Ele não tinha namorada, na minha cabeça. E na cabeça da guria ela era corna por que o idiota tava comigo. Mas oi!? Tinha antipatia com a guria, e esse é o inicio dessa ótima quase amizade de ex gurias de um mesmo retardado. Achei que era o capeta vindo atrás da minha alma pecadora quando vi o convite no fb. Mas sou pessoa educada, gosto que as pessoas saibam disso, e sempre que a guria falava com meu ser eu respondia, não de boa vontade, mas com boa educação. Foi numa dessas conversas que eu descobri que a guria era corna e a outra era eu (LEMBRANDO QUE O RETARDADO DISSE QUE NÃO TINHA NAMORADA, nem ficante fixa, nem porra nenhuma). Achei terrível isso, mas me enrolei toda na mentira pra parecer que a coisa deles tinha acontecido depois de mim. Vamos fingir que eu nunca existi nesse caso.
A guria até que é legal, mas é uma daquelas pessoas que a gente teme ter por perto. Quem assiste Two and a Half Man pode pegar exemplo da Rose. A psicótica que tá sempre seguindo o cara, e sempre acha que vai ter uma outra chance. É isso, eu temeria horrores ter uma pessoa dessas na minha cola. Ou na cola das possíveis pessoas que eu poderia me relacionar/interessar. Isso não é vida, meu Brasil.
Então, a gente conversa regularmente. É como se o idiota nem fosse o motivo pelo qual nós nos conhecemos. Às vezes ela perguntava alguma coisa dele, se eu ainda falo com ele, se eu ainda vejo ele, mas ela parou com isso quando eu disse que não sabia que só dois se quer podíamos ser ditos amigos. Sinto que não, por que acho injusto comigo.
Mas eu achava que a guria tinha feito isso só comigo. Mas não. Surpresas sempre aparecem. Vejo na barrinha de atualizações alheias de contatos alheios que a guria tava falando sobre ele com uma outra suposta ex. Eis que eu me deparo com a informação de que ela tem acesso até às sms que o ser humano recebe. Fora as stalkeadas nervosas de facebook e orkut. Não me admira se ela entrar até no msn, ou ter câmeras de seguranças instaladas em todos os possíveis lugares em que o guri anda. Já que ela não dá as caras em todos os bares que ele toca. Mas tudo bem. Além disso (imagina o que é você entrar no facebook e dar de cara com duas ex suas falando sobre você via status/comentário de facebook? eu encomendava o caixão em dois tempos), rolou promessazinha de contar depois as canalhices que o cara fez com as duas. Nesse conversa eu entrava, por que preciso compartilhar o que o desgraçado já me fez passar também. Diferença que eu já superei e procuro coisas novas. Uma ainda stalkea as gurias que ele já beijou ou pretende beijar. A outra não conheço e não me importa. Mas acho que ainda não se recuperou. Vida, por que tão injusta?
Não que eu fuce a vida alheia, mas é que sempre que tem polêmica assim na minha cara eu sou obrigada a ver, 'cês não concordam?
Fiquei de boca aberta. Agora imaginei se na época em que eu era tonta de amores pelo idiota ela também via o que eu mandava pra ele. Acho que é melhor eu nunca saber disso, a vergonha vai ser tanta que é capaz de eu morrer sufocada com a coisa.
Espero que o episódio não se repita. Se o caro ocorrer, prometo que venho contar os detalhes da primeira vez que doei um gato para uma pessoa.
Passem bem.



(e sem stalkear. faz mal às vezes)

6 de janeiro de 2012

"Você sumiu, hein".

Postado por V, às 16:07 0 comentários
Ontem eu sai com meus pais. Eu nem sei por que eu ainda faço isso, sempre dá merda. Mas enfim, eu saí. E sair com meus pais sempre resulta em ver pessoas que eu não quero ver durante um bom tempo. Mas eu vi. E a pessoa ainda queria me dar satisfação por que não tava mais me mandando sms, e queria puxar papo. Graças à forças maiores eu tenho amigas que ficam acordadas até tarde, que me distraem da vergonha alheia que é minha mãe depois de uns 2 copos de bebida.
Acho que o guri não entendeu que eu não quero mais nada. Que eu não ia mais nos lugares onde ele vai por que eu não quero ver a cara dele. Não quero conversinha. Mas algumas pessoas não entendem as entrelinhas do "ficar em casa às vezes é bom, mesmo sem nada pra fazer". Sendo que eu não ficava realmente em casa, mas né.
Mas mesmo assim, a pessoa não entende que acabou. Que com um abracinho e uma desculpinha por não ter dado sinal de vida vai fazer as coisas voltarem a serem o que já foram. A pessoa não vai entender que as coisas não são desse jeito. Acho que ninguém tá entendendo de as coisas não são desse jeito. Não digo que vou odiar todo mundo para sempre, mas é que por enquanto eu prefiro um pouco mais de distancia. Por que é meio irônico, quando você quer atenção, a pessoa não te fala um "A", quando você quer ela longe, ela exige de toda a sua educação para não sair à francesa, ainda mais quando não se tem outro canto para poder sentar e ficar. Te dá satisfação por todo o tempo que passou sem falar contigo, o que aconteceu com a mãe, com o pai, e você ainda finge que tá interessada, só pra sua mãe não te olhar com cara feia. Acho que vou precisar de mais alguns baldes de água BEM gelada, até entenderem que não, não é isso o que eu quero pra mim.
E eu já dei tempo o suficiente para enxergarem isso. Mas ainda tem gente que diz "não acredito que não gosta mais dele". Então que vá gostar você, Exu. E a única maneira que eu tenho de deixar alguma coisa para trás é falando dela, até eu perceber que realmente não importa mais, até eu realmente achar que falar um oi, e fingir carinha de gente feliz tá voltando a ser normal.
Mas é que algumas pessoas ainda não entendem o que é passar pelo o que eu andei passando. Algumas pessoas sabem aconselhar, sabem rir do que você fala, mas outras ainda não passaram por isso. Tenho que me lembrar de que uma pessoa que não me entendeu uma vez, nunca vai conseguir entender, não é? Anotado.
Quer saber, eu sumi mesmo. Posso sumir de novo. Quando eu reaparecer, não vai ser nada bonito, prometo.
Agora é simplesmente ignorar a coisa toda, como eu sempre fiz.
Como eu já disse em algum ano da vida: "Respire. Inspire. Ignore. Sobreviva".

4 de janeiro de 2012

V. [re]desenterra o passado em: Para alguém que talvez nunca leia.

Postado por V, às 23:39 0 comentários
Acho que a pior besteira da minha vida foi colocar na cabeça que era melhor te esquecer. Eu jamais deveria ter feito isso, mas eu já estava chegando ao ponto de que te ver não era o suficiente, eu te queria, eu precisava de você. Todas precisam, não é? Todas que te amavam como eu, talvez precisem. Eu não lembro como foi que eu decidi isso, mas talvez tenha sido quando eu já estava cansada de sofrer por algo que estava tão distante, e era tão platônico. Mesmo que sua voz me causasse arrepios (ainda causam), mesmo que seu sorriso se refletisse no meu rosto (ainda se reflete), mesmo que sua felicidade fosse a minha felicidade, não era a coisa mais saudável do mundo pra mim. Mas me fazia feliz e é disso que eu sinto falta. Mesmo sem você por perto, eu não sentia esse vazio enorme que eu sinto agora, eu não sentia essa dor de estar sozinha, como sinto agora, eu não me sentia mal, sabendo que não era isso que você desejava para mim. Mas essa dependência nunca foi algo bom, eu tinha que sorrir sozinha, me completar sozinha, fazer tudo sozinha. E o melhor jeito que eu encontrei de fazer isso, foi me convencendo de te esquecer. Por que eu fui tão burra? Eu precisava de você, e vejo que ainda preciso. Mas não da mesma forma, hoje é diferente, não é a mesma coisa. Encontrei outros apoios, mas nenhum foi igual à você. Nunca amei alguém como amei você. Nunca vou esquecer da primeira vez que te liguei, nem mesmo do nosso primeiro abraço (está próximo, TEM que estar), nem mesmo de todas as palavras que eu já direcionei à você. Cada “eu te amo” foi verdadeiro, muito verdadeiro. Eu ainda diria, se não tivesse esse orgulho idiota que faz parecer que ele seja falso. Mas não é, só não me sinto confortavel dizendo isso. Tudo foi verdadeiro, mais do que qualquer outra poderia dizer. Tudo o que eu fazia, era de coração, era por amor. Cada vez que eu te xinguei foi por ciúmes de outras que não te amavam como eu e que você dava mais atenção do que pra mim. Eu sou mesmo egoísta. De qualquer forma, essa semana eu estava tentando lembrar a sensação de como era quando eu te amava, mas encontrei um vazio. Isso me incomodou. Como eu posso encontrar um vazio, onde antes havia tanto amor que mal cabia dentro de mim? Como uma pessoa tão boa e importante pra mim pôde se transformar em um vazio? Como eu pude te esquecer? Por que eu te esqueci? Nem eu mesma sei. A unica coisa que eu sei, agora, é que isso foi um erro, eu jamais deveria ter feito isso. Eu jamais deveria ter jogado fora meu único ponto de felicidade, que me alegrava sem razão nenhuma. Vai ver, foi a falta dos seus braços ao meu redor que fez te esquecer. Ou até mesmo, meu coração se recusa à amar outra pessoa que não seja você e seja essa a razão do vazio que eu sinto aqui dentro.

3 de janeiro de 2012

Eu sei falar, mas não sei fazer.

Postado por V, às 20:52 0 comentários
Acho realmente engraçado pessoas que acham que a vida é feita de algodão doce azul bebê e cor-de-rosa. Acham que é tudo fácil, você faz as coisas e as pessoas retribuem, você quer algo e consegue, você fica triste e tem uma legião de seguidores para fazer você sorrir e... Oi, bom dia, acorda, acho que você tava sonhando.
Nada contra quem acha que a vida é um canteiro de rosas, mas se você olhar bem, elas tem alguns espinhos e você vai acabar cortando as canelas. Mas também tem gente que acha é que aquela história de "cair num escorrega de gilete e cair em uma piscina de álcool". Estão sempre falando sobre a vida ser injusta, sobre estarem sofrendo e de como nada nunca é o suficiente. Não sei de quem eu tenho mais raiva.
Acho que a balancinha da vida dessas pessoas tá meio desregulada. Tem algum problema. Às vezes acho que só pra mim a vida tem a mesma quantidade de preto e branco. A mesma quantidade de coisas boas e ruins. Por que, né, só gente ceguinha consegue ver a vida 100% feliz. Não dá, acho que não existe. Nem os iluminados pelo poder do ser maior, senhor Jesus, amém, conseguem. Mas tem gente que tem alguma coisa de porção preta transbordando e caindo por todos os lados na vida. Não sei.
Claro, que todo mundo tem seus dias trashs, mas tem gente que só tem dia trash. Ou se faz de vítima, só pra ganhar colinho desnecessário. Ou é bipolar, por que na mesma hora que tá rindo, tá chorando. (A expressão "chorar de rir" não se aplica nesses casos).
Vejo eu, no meu modo quase eternamente infantil de ver as pessoas, que elas não conseguem ver que nem tudo na vida é do jeito que a gente quer, pelo simples fato de haver uma grossa camada de névoa entre a vida dessas pessoas e a realidade. Dá quase pra sentir as coisas nubladas enquanto elas falam chorando da vida. De repente a ponta do lápis quebrado mais parece a erupção do Yellowstone para essas pessoas. E depois o lápis voltar a ser apontado é como se os portões do paraíso estivessem sido abertos.
Entendem? Elas aumentam demais as coisas, dão zoom 350% em tudo, e acham que é só nessa resolução que a vida funciona. Não, meu amiguinhos, tem gente em situações muitos piores que vocês, e ainda sorriem. Ou em situações melhores que choram.
Parece que eles nunca não entender que o canteirinho das rosas bonitas um dia vai morrer... E depois vão nascer outras. Ciclo vicioso.
Mas nem para todo mundo são os mesmo tons de cinza, não é? Para alguns é mais claro (mundo algodão doce azul bebê e cor de rosa) e para alguns é mais escuro (escorrega com gilete e a piscina de álcool), e para outros a vida é totalmente equilibrada mas precisa se fazer de coitado (ou bonzão) só pra não virar fantasminha. Acho melhor continuar no status quo e ser invisível do que ser mais um desses dois tipos de insuportáveis.

03-01 Hora de pôr os planos em prática.

Postado por V, às 18:53 0 comentários
Acordou como em todos os dias em que fazia. Mas sentia vontade de mudar algumas coisas. Não queria simplesmente acordar, arrumar a cama e fazer o que lhe pedissem. Iria pedir para fazerem o que queria, faria o que queria, e talvez assim fosse começar bem aquele novo ano.
Viu-se revirando caixas, físicas e mentais, achando coisas perdidas que jurava que nunca mais iria encontrar, tanto dentro como fora. Sorria com algumas lembranças, com outras bobagens, e sentia-se triste pelas vontades que ainda não sumiram, nem mesmo se realizaram.
Era sempre esse o ritual do seus anos que começavam, via-se abrindo velhas feridas, velhas caixas, velhos livros, e sempre ria revendo tudo. Pergunta-se como poderia ter sido tão boba e inocente por tanto tempo. Por que não tinha percebido todos os sinais quando ainda era cedo, por que não disse sim, e por que não disse não.Mas via-se agradecendo por quase tudo o que aconteceu, e por todas as coisas que aconteciam por consequência disso. Quem sabe se não foram por todas as coisinhas bobinhas que hoje ela percebia que ela se tornara o que era hoje. Mais pé no chão, mais realista, mais na defensiva. Mas nunca deixou de ser a garota sentimental que era desde criança.
Leu as passagens dos diários antigos, das músicas que ouvia e dos livros que leu. E reconheceu completamente em todas as páginas, e sabia de quem tratavam, mesmo que nunca tivesse tido um único nome em todas as páginas, exceto de seus ídolos, aqueles que até hoje ela nunca trocara uma palavra. Mas quem sabe, não é?
Sorriu por ter percebido que já faziam pelo menos quatro anos que guardava todas as duas memórias importantes dentro de míseras caixinhas nas divisórias do guarda roupas. Fora algumas folha que ela jogou fora, agendas com textos, e poemas que costumava escrever quando tinha seus 9 ou 10 anos. Viu que toda a parte sentimental da sua vida cabiam dentro de caderninhos e agendas, que acabavam surradas, semi-esquecidas.
Mas jamais as deixaria. Jamais as esqueceria. Não gostavas, às vezes, de reviver aquelas memórias tão intensas e curtas. Coisas que nem mesmo completaram uma semana em sua mente, mas que agora seriam eternas em suas páginas. As páginas que ela mesma escrevia, esperando que alguém um dia pudesse entendê-las. Se é que alguém iria viver a experiência de conhecê-la tão bem ao ponto de saber o que havia naquelas caixas, e naquelas páginas.
Ainda era dia. Ainda o sol brilhava atravessando sua janela e tocando seu ombro. Parecia dizer-lhe que a vida continua, ainda bem. Você pode recomeçar tudo quando quiser, em qualquer dia. Quando estiver preparada ou desesperada. Ela fechou tudo, guardou nos mesmo lugares. Agora sorria. Lembrou-se de quem era, de quem já foi, de quem queria ser. Começou bem, simplesmente com o frescor de velha memórias pinicando-lhe a mente.
Estava feliz. Afinal, era só o primeiro capítulo de um novo volume.
 

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